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Preparação do Ator/Atriz (26/10)

Nesse dia dediquei para a busca e compreensão do corpo de forma diferente, visto que a religião afro-brasileira e a relação corpórea dos diversos países do continente africano é diferente que no ocidente. A partir do processo anterior, reconhecendo a dificuldade que obtiveram para entender a relação da presença do personagem, como a pombo-gira que tem certos trejeitos, gastos de energias, explosões, presença, entre outros, partimos para essa busca e entender qual a pesquisa necessária.


Inicialmente, começamos a conhecer o ritmo dos países e se acostumar com a musicalidade daquelas batidas. Em seguida começamos a proporcionar reações do corpo a partir daquele estímulo. É perceptível como o corpo está codificado a certa realidade social e atravessamento, ainda que o Brasil possua o samba, capoeira e essas movimentações, o corpo possui elementos do ballet, como não mexer a cintura e outras partes . A dança de matriz africana requer certo requebrado da cintura, do tronco, notar que o corpo pode se mover mais livremente, ir e vir a partir desses estímulos, desvinculando certa parte do corpo para entender como um todo, por exemplo: mover o "Externo" para cima e para baixa, percebendo a existência dessa parte do corpo, seguido da junção de outras partes do corpo, foi parte da pesquisa prática, e o ator e as atrizes tiveram oportunidade de vivenciarem.


Diante dessa busca, partiu para algo mais direcionado, como ouvir as músicas da religião afro-brasileira, especificamente, àquelas que são cantadas para as "pombo-giras". Nessas músicas carregam as histórias da vida dessas mulheres, de modo que os ator e as atrizes pudessem se apropriar desde o começo um pouco do que foram essas mulheres, ainda que iremos visitar um terreiro para experienciar presencialmente o contato com essas entidades.


Familiarizados um pouco com o ritmo, letras e afins que acompanham a música, exploramos como são as danças a partir dessas músicas, a partir da própria religião, o mexer da cintura que temos travados foi algo que chamou a nossa atenção ao desenrolar dos exercícios. Foi extremamente positivo ver a tentativas e as conquistas da desconstrução corpórea que obtiveram, porém, pensei que se tivessem explorado com saia para possuir mais movimentação e entender como esse objeto contribui e atrapalha para a movimentação seria compreendido diferente, poderia ser mais direcionado a cena visto que essa roupa traz limitações. Porém, sem esse elemento, a saia, foi possível buscar o corpo sem um elemento que "encobrisse", mas o corpo dizendo por si mesmo suas potencialidades e suas travas para futuramente pensar em cena.


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